No contexto do Facility Management (FM), a gestão de obras desempenha um papel estratégico e determinante para o sucesso de intervenções físicas nos ativos imobiliários. Seja em projetos de retrofit, expansões, adequações técnicas ou novas construções, uma condução inadequada pode comprometer cronogramas, qualidade, orçamentos e, principalmente, a experiência do usuário final.
Um dado alarmante reforça a importância do tema: até 30% do custo de uma obra pode ser desperdiçado por falta de gestão adequada. Esse percentual, que representa um impacto significativo no orçamento de empresas e investidores, evidencia a urgência em profissionalizar a forma como projetos são conduzidos dentro da estrutura de FM.
Nesse cenário, a gestão de obras não se resume à execução física, mas envolve um conjunto de processos integrados que garantem previsibilidade, qualidade e compliance.
Três pilares são fundamentais nesse modelo de atuação:
- Planejamento Detalhado
Tudo começa com um planejamento técnico minucioso. Essa etapa define escopo, prazos, orçamentos, riscos e premissas operacionais. O planejamento bem estruturado antecipa cenários, evita retrabalhos e alinha expectativas entre as partes envolvidas — contratantes, projetistas, executores e usuários. Um cronograma realista, alinhado a um orçamento consistente e a um projeto executivo compatibilizado, reduz drasticamente os riscos de desvios.
- Gestão de Contratos e Fornecedores
A seleção e contratação de parceiros especializados é outro ponto crucial. No ambiente do Facility Management, onde prazos curtos e ambientes operacionais são comuns, a transparência contratual e a qualidade técnica dos fornecedores são indispensáveis. A gestão ativa dos contratos garante que os serviços sejam entregues conforme os padrões definidos, com foco em desempenho, segurança e mitigação de passivos.
- Acompanhamento Técnico-Financeiro
Durante a execução, o acompanhamento contínuo permite identificar desvios em tempo real. Isso inclui a fiscalização técnica da obra, controle do avanço físico versus financeiro, verificação da qualidade dos materiais aplicados e o cumprimento das normas legais e técnicas. O FM atua aqui como um agente integrador, zelando não apenas pelo término da obra, mas pela sua funcionalidade a longo prazo, alinhada à operação e manutenção do ativo.
Mais que entregar obras, o Facility Manager entrega valor.
A gestão profissionalizada de obras evita desperdícios, protege o investimento e garante que o espaço final atenda às necessidades reais dos usuários e da operação. Integrar essa visão ao portfólio de Facilities Management é um passo essencial para empresas que buscam eficiência, sustentabilidade e performance de longo prazo em seus ativos imobiliários.
Artigo desenvolvido por Thais Trentin, CEO da Workplace (https://www.linkedin.com/in/thaistrentin/).